Prédios, sol e história
João Pessoa. Brasil. O sol se prepara outra vez para se despedir da cidade onde ele chega primeiro. No centro, a luz do pôr do sol deixa tudo mais belo. Prédios que carregam grandes histórias em suas estruturas ficam ainda mais bonitos com a cor das 17 horas. Pena que essas estruturas não são conservadas.
No início da rua General Osório, o amarelo da Basílica de Nossa Senhora das Neves ganha uma tonalidade a mais. A imagem de São Bento, ao lado do mosteiro que leva o seu nome, parece ser abraçada pelos raios do sol. Quase em frente à essa imagem, se sustenta a fachada, e apenas a fachada, de um casario onde morou algum homem politicamente importante. Atrás dessa fachada, só lixo e mato.
A recompensa de caminhar mais alguns passos é contemplar mais uma fachada. Dessa vez, a Loja Maçônica Branca Dias. Essa está bem cuidada. Por trás dela existem salas e templos inacessíveis para nós. O “Decifra-me ou te devoro” na frente da maçonaria deixa espaço para uma reflexão: não seria melhor “restaura-me ou o tempo me devora”?
Na esquina próxima, o azulejo do terraço da General Store já conquista. Ao entrar, o encanto só aumenta. Decoração moderna em uma casa antiga que se tornou um bar e loja. O raio do sol já chama nossa atenção para os fundos da casa. E é lá que o fascínio acontece. O quintal tem uma vista linda da cidade. Em um plano aberto, o Rio Paraíba, o Centro Histórico e o sol se pondo.
Pouco mais de 100 metros foram caminhados e muito já se nota de João Pessoa. Há muita história escrita nas construções. Mas o descaso, por vezes, torna mais difícil contar essas histórias. Ainda assim, a beleza se sobrepõe, e a cidade recebe, todos os dias, um lindo beijo do sol.