Sala-pichada, quem foi que te pintou?
Exposição de grafites dentro do quadro branco promove visão para diferentes realidades.
Em meados de outubro, o CCTA (Centro de Comunicação, Turismo e Arte) da UFPB foi contemplado com mais uma exposição de arte em seu espaço estudantil. Marta Penner desenvolveu em uma sala, antes branca, uma galeria de cores e vida trabalhada sob a perspectiva da pichação e do grafite de rua. A artista levou em consideração que o seu trabalho é uma cópia, em escala menor, da arte urbana e cotidiana que por ser banalizada precisou estar em um espaço de exposição como a universidade para que fosse apreciada.
A ideia de trazer para um espaço elitizado o grito popular através da pichação é, segundo ela, uma forma de fazer com que as pessoas deixem de olhar apenas pela janela de seu campo de visão e, assim, possam ampliar a sua concepção de arte e críticas sociais antes pré-estabelecidas pelo meio. “Uma arte essencialmente política, uma arte do conflito” são as palavras que ela usa para transcrever a militância por meio dessa arte.
Os comentários acerca da exposição variavam em paralelo com quem a contemplava e quanto tempo passava dentro da sala. Em geral, agradeciam a Penner por mostrar algo de origem periférica e/ou parabenizavam-na pela dedicação as obras, que ficaram bem trabalhadas.
A exposição, localizada na galeria do CCTA, em menos de uma semana já contava com mais de 200 visitantes e tende a aumentar esse número nos próximos dias devido à curiosidade e identificação dos amantes da arte que estudam na UFPB.
A galeria funciona das 08 às 17 horas, de segunda a sexta e está aberta para todo o público, gratuitamente, com essa exposição até o dia 15 de novembro.